25/04/2023 a 15/06/2023 - Paisagens do Meio Mundo
A primeira vez que ouvi falar do Meio Mundo foi um impacto: Onde fica esse lugar com um nome tão inusitado? A primeira referência partiu de uma recomendação da Cátia Ferret, então secretária municipal de cultura, turismo, desporto e eventos de Silveira Martins. Ela havia acabado de ver minha exposição “Taperas: Paisagens silenciosas” e sua sugestão foi no sentido de conhecer outras paisagens como aquelas que eu havia retratado.
No entanto, o que mais me chamou a atenção foi o nome do lugar, o Meio Mundo, uma metáfora que suscitou uma série de inquietações sobre como seriam aquelas paisagens. A curiosidade rapidamente me levou até lá. Neste lugar, o verde é a cor mais presente, no entanto, são infinitas suas tonalidades que se sucedem com o movimento do sol, que na ocasião incidia forte sobre os vales e as montanhas.
Não foi fácil chegar ao local, tampouco percorrê-lo. A beleza que ostenta é, em parte, reclusa pelas dificuldades de ser contemplada. As estradas são estreitas e os caminhos são pedregosos. A inacessibilidade do lugar contribui para torná-lo mais desafiador. É como um alpinista que ao chegar ao cume da montanha esquece dos obstáculos da escalada. O horizonte que se descortina à vista compensa as dificuldades do percurso.
São poucos os vestígios deixados pelos homens e mulheres que habitaram/habitam o lugar. O que mais se vê é natureza. Exuberâncias de verdes e do azul do céu, em combinações que são a síntese das relações entre cultura e natureza, onde evoca-se a força do passado e as ausências do presente.
Entre a natureza e a sociedade está o Meio (do) Mundo, esse lugar que tem o poder de representar um amálgama de cores e formas que retratam paisagens situadas entre o vale e a montanha, entre o ontem e o agora, entre a terra e o céu. Fotografias emolduradas em vários formatos e que somadas revelam a potencialidade das imagens e as distintas oportunidades de contemplação do sublime.
Curadoria: Cesar De David e Rogério Lima
Mais informações: